Caro Senhor ( a)
Os signatários, proprietários como vós na Aldeia das Açoteias, tomam a liberdade de chamar a vossa atenção para os factos graves que a seguir expõem, que, a concretizarem-se, lesarão profundamente a Aldeia que tanto estimamos.
1. A empresa Maxirent (Refundos) é proprietária na Aldeia de algumas edificações (muitas entretanto vendidas , designadamente mais de 70 apartamentos e uma moradia) que adquiriu a baixo preço em hasta pública, restando-lhe ainda como património, todos as fracções não afectas a áreas habitacionais, tais como “ – café, restaurante, mesquita, sala de congressos, piscina, sala de jogos, edifício designado infantário e estabelecimentos no corredor da zona comercial “, PRETENDENDO, COM BASE NUMA ALEGADA DEGRADAÇÃO DESTES IMÓVEIS, PROCEDER À SUA DESTRUIÇÃO , E NESSES ESPAÇOS ( E NÃO SÓ) EDIFICAR UM ELEVADO NÚMERO DE APARTAMENTOS, TENDO REQUERIDO JUNTO DO MUNICIPIO DE ALBUFEIRA LICENCIAMENTO PARA ESSE FIM.
2. Dizemos NÃO SÓ, pois verificámos, numa consulta feita aos Serviços Municipais, onde o pedido de informação prévia deu entrada , QUE A REQUERENTE MAXIRENT INTEGROU NO SEU PROJECTO ÁREAS VERDES QUE NÃO LHE PERTENCEM.
3. Refira-se que estas áreas se situam na entrada esquerda do Aldeamento e nas traseiras dos blocos 2 e 3, junto ao edifício conhecido como Infantário.
4. Invocou a Maxirent , como suporte para tal pedido ,a completa degradação dos imóveis referidos em 1.
5. A invocada degradação faz parte da estratégia da referida empresa para justificar a aprovação do seu projecto. A MAXIRENT NUNCA QUIS REABILITAR AQUELES ESPAÇOS, que sabe desde sempre que integram a área de lazer e cultura e também comercial da Aldeia das Açoteias, tendo mesmo recusado propostas válidas que iam nesse sentido. A sua acção foi ao ridículo de na última assembleia ter apresentado um filme, onde introduziu fotografias de ratos, completamente fora do contexto, o que permitiu que qualquer pessoa mais atenta percebesse que se tratava duma grosseira montagem.
6. Com o mencionado projecto, a Maxirent destrói símbolos que constituem desde sempre sinais da identidade da Aldeia e desta zona algarvia, numa manifestação de desprezo por qualquer concepção civilizada da organização dos espaços. Além disso, PRETENDE INVADIR ÁREAS QUE NÃO LHE PERTENCEM PARA ABERTURA DE ESTRADA E PARQUE DE ESTACIONAMENTO, danificando fortemente aquilo que constitui a principal riqueza da aldeia – áreas arborizadas que contribuem para o seu microclima -, de que é exemplo a mutilação de árvores centenárias como o plátano junto à piscina, o que motivou um coro de protestos que se pode ler na internet.
7. OS SIGNATÁRIOS VERIFICARAM AINDA QUE NO PROCESSO IP-30 ( PEDIDO DE INFORMAÇÃO PRÉVIO) CONSTAR UM DOCUMENTO EMITIDO PELA NOSSA ASSOCIAÇÃO DE PROPRIETÁRIOS, ASSINADO SÓMENTE PELO SR . FERREIRA MORAIS, DATADO DE 23 DE JUNHO DE 2009, NÃO SE SABE COM QUE PODERES E LEGITIMIDADE, INDICIANDO UM ABUSO DE DIREITO COMO SE DEMONSTRARÁ.
8. O documento em causa , de que juntamos cópia, recolhido na Câmara Municipal , é suficientemente esclarecedor da utilização indevida da Associação e dos seus Associados , que somos todos nós, por parte do Sr. José Ferreira Morais.
9. Este senhor brincou com os Proprietários. Como todos se devem lembrar, fomos convocados para um Assembleia Geral em 29 de Agosto do ano passado, a qual , entre outros assuntos, pretendia ouvir os representantes da Maxirent-Refundos sobre os projectos que pretendiam executar no seu património na Aldeia das Açoteias , recolhendo em simultâneo a nossa opinião.
10. Contudo, pelo documento referido no ponto 7 desta carta , o Presidente da nossa Direcção , MAIS DE DOIS MESES ANTES DA DATA DA ASSEMBLEIA GERAL PARA A QUAL FOMOS CONVOCADOS , ELE PRÓPRIO EM NOSSO NOME , EM NOME DA NOSSA ASSOCIAÇÃO , JÁ A TINHA VINCULADO JUNTO DA CÂMARA MUNICIPAL.
11. Saliente-se ainda que, como todos os presentes nessa Assembleia Geral se recordam ( e aqueles que não estiveram presentes, devem consultar a cópia da acta que receberam dessa Assembleia) os representantes da Maxirent pretenderam defender o seu projecto com base nalguns desenhos precários que levaram para a Assembleia de Proprietários que não esclareceram devidamente os presentes.
Verificou-se que a maioria dos proprietários se manifestou inquieta e deficientemente informada . Resultou que a Assembleia não se pronunciou sobre as questões em agenda, limitando-se tão só a dar confiança aos seus Órgãos Sociais para continuar a acompanhar este processo e, quando clarificado , trazê-lo de novo a uma nova Assembleia geral.
12. Na próxima Assembleia geral de 3 de Abril façam por estar presentes. Quem não o puder fazer não envie procurações em branco para Direcção ou para quem quer que seja, a não ser os vossos familiares ou alguém de confiança. Se o fizerem refiram o vosso sentido de voto para cada ponto da convocatória ( a lei a sim o determina, para nossa segurança). Não o fazendo é preferível não enviarem procuração.
NÃO DEVEMOS DELEGAR NA DIRECÇÃO, COMO ELA COSTUMA PEDIR, QUANDO ENVIA AS CONVOCATÓRIAS DAS ASSEMBLEIAS GERAIS.
TRATA-SE DE UMA FORMA DE MANIPULAÇÃO QUE TRANSFORMA AS ASSEMBLEIAS NUMA FARSA, POIS A DIRECÇÃO FICA SEMPRE COM O NÚMERO DE VOTOS NECESSÁRIO PARA IMPOR A SUA VONTADE, NESTE CASO O PROJECTO DA MAXIRENT.
13 QUEM ESTIVER PRESENTE DEVE COLOCAR AS SEGUINTE S QUESTÕES AOS SRS MEMBROS DA DIRECÇÃO : - FORAM CONHECEDORES DA CARTA QUE O SR MORAIS ENVIOU À CÂMARA DE ALBUFEIRA DATADO DE 23 DE JUNHO DE 2009? QUAL A RAZÃO POR QUE FOI CONVOCADA A ASSEMBLEIA GERAL DE 29 DE AGOSTO DE 2009, QUANDO O QUE NELA SE IRIA DEBATER JÁ ESTAVA COZINHADO PELO SR MORAIS DESDE 23 DE JUNHO ? O PEDIDO DA MAXIRENT, TAL COMO FOI APRESENTADO AOS PROPRIETÁRIOS NA ASSEMBLEIA GERAL DE 29 DE AGOSTO DE 2009, COMO INTENÇÃO DO QUE SE PROPUNHAM DESENVOLVER NA ALDEIA E AUSCULTAR A NOSSA OPINIÃO , JÁ DERA ENTRADA NA CÂMARA EM 2008 ?
14. CONSULTADO NA CÂMARA MUNICIPAL O HISTÓRICO DA ALDEIA DAS AÇOTEIAS, VERIFICAMOS QUE NO ANO DE 1988 NELA FOI DESENVOLVIDO UM SEGUNDO LOTEAMENTO DENTRO DO SEU PERIMETRO . CONSISTIU EM RESUMO NO DESTAQUE DE CINCO LOTES ONDE SE EDIFICOU O EDIFICIO SAGITUR ( NASCENTE DA ALDEIA ) E AINDA DUM LOTE DESTINADO A UMA UNIDADE HOTELEIRA ( LOCAL ONDE ACTUALMENTE SE ENCONTRA UMA PARTE DO APARHOTEL ALPINUS). CONSTA DESTE ALVARÁ QUE O PROMOTOR NA ALTURA –TOURING CLUB DE PORTUGAL SA, CEDEU AO MUNICIPIO DE ALBUFEIRA OS ESPAÇOS VERDES E ARRUAMENTOS NA ALDEIA, NUM TOTAL DE CERCA DE 26.000 METROS QUADRADOS, QUE ATÉ À PRESENTE DATA A CÂMARA NÃO ASSUMIU.
FOI POR ALGUNS PROPRIETÁRIOS A CÂMARA NOTIFICADA SOBRE ESTA SITUAÇÃO, TENDO SIDO INFORMADOS QUE ESSA ÁREA NUNCA TINHA SIDO ENTREGUE PELO PROMOTOR E TAMBÉM NUNCA REEVINDICADA.
QUE AGORA FACE À SITUAÇÃO LEVANTADA, A CÂMARA SÓ O PODERÁ FAZER DEPOIS DE OBTIDA CERTIDÃO DO TRIBUNAL DE COMÉRCIO DE LISBOA DA FALÊNCIA DO TOURING CLUB, O QUE JÁ REQUEREU, COM VISTA À POSSE DA REFERIDA ÀREA.
PENSAMOS QUE TODOS SÓ TEMOS A GANHAR QUANDO ISSO ACONTECER, POIS O MUNICIPIO FICARÁ RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DOS ARRUAMENTOS E ESPAÇOS VERDES NA NOSSA ALDEIA . ( VEJA-SE O EXEMPLO AO LADO NA URBANIZAÇÃO DA SURFAL, LOTEAMENTO PRIVADO DESENVOLVIDO HÁ POUCOS ANOS PELOS EX-PROPRIETÁRIOS DO TOURING CLUB PORTUGAL-ALDEIA AÇOTEIAS NO QUAL A CÂMARA DE ALBUFEIRA GASTOU CERCA DE 450.000 EUR, PAVIMENTANDO DE NOVO OS ARRUAMENTOS)
VERIFICAMOS AINDA QUE FOI COM BASE NESTE LOTEAMENTO QUE A MAXIRENT FEZ O REQUERIMENTO PARA APROVAÇÃO DO SEU PEDIDO DE INFORMAÇÃO PRÉVIA, SOLICITANDO A SUA ALTERAÇÃO.
A ALDEIA DAS AÇOTEIAS FOI DESENVOLVIDA COM BASE NUM ALVARÁ EMITIDO EM 1970, ALVARÁ ESSE QUE SERVIU DE SUPORTE À CONSTRUÇÃO DOS EDIFICIOS HOJE PERTENÇA DA MAXIRENT-REFUNDOS.
CAROS PROPRIETÁRIOS
HÁ QUE ESTAR ATENTOS. EXISTEM INTERESSES IMOBILIÁRIOS, QUE EMBORA LEGITIMOS, DEVEM A NOSSO VER RESPEITAR OS SEUS DIREITOS NÃO ENTRANDO EM TERRENOS ALHEIOS.
COM OS NOSSOS MELHORES CUMPRIMENTOS
Sites de interesse de consulta sobre a destruição praticada na Aldeia das Açoteias:
No YouTube , procurar “ Alerta Albufeira (Aldeia das Açoteias);
No Google: “Podas radicais na Aldeia das Açoteias”
domingo, 18 de abril de 2010
EM 29 DE AGOSTO DE 2009 O MORAIS PROMOVEU UMA ASSEMBLEIA GERAL DOS ASSOCIADOS COM VISTA A PRONUNCIAREM-SE SOBRE OS PROJECTOS DA MAXIRENT NA ALDEIA DAS AÇOTEIAS.
SOUBEMOS POSTERIORMENTE QUE O DITO MORAIS ALDRABANDO TUDO E TODOS, A TROCO SABE-SE LÁ DE QUÊ ( CADA UM QUE PENSE O QUE QUISER ), FEZ UM OFICIO Á CÂMARA DE ALBUFEIRA , DOIS MESES ANTES DA REALIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL, CONCORDANDO COM OS PROJECTOS DA MAXIRENT, CEDENDO-LHES AINDA ESPAÇOS VERDES NO ALDEAMENTO PARA NOVAS CONSTRUÇÕES.
AO QUE CHEGOU AQUELE TIPO!!!
LEIAM O OFICIO
SOUBEMOS POSTERIORMENTE QUE O DITO MORAIS ALDRABANDO TUDO E TODOS, A TROCO SABE-SE LÁ DE QUÊ ( CADA UM QUE PENSE O QUE QUISER ), FEZ UM OFICIO Á CÂMARA DE ALBUFEIRA , DOIS MESES ANTES DA REALIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL, CONCORDANDO COM OS PROJECTOS DA MAXIRENT, CEDENDO-LHES AINDA ESPAÇOS VERDES NO ALDEAMENTO PARA NOVAS CONSTRUÇÕES.
AO QUE CHEGOU AQUELE TIPO!!!
LEIAM O OFICIO
sexta-feira, 16 de abril de 2010
MAIS UMA DO JOSÉ FERREIRA MORAIS ( O FININHO )
A ganância do lucro
QUEREM MATAR
O PULMÃO DAS AÇOTEIAS
ZÉ D'ALBUFEIRA
O estreante vereador Bota Sequeira, com o pelouro dos espaços verdes e espaços públicos, se quiser contestar com (bons) actos aqueles que o verberaram mal a sua candidatura foi conhecida, tem matéria que chegue nas Açoteias, onde - segundo testemunhos de moradores veiculados pelo nóvel blog ÁRVORES de Portugal - está em curso uma campanha de destruição do arvoredo que faz daquele local, ainda hoje, um dos mais aprazíveis lugares de habitação turística e permanente perfeitamente integrado no meio ambiente.
A Aldeia das Açoteias, edificada pelo antigo Touring Club de Portugal nos anos sessenta, não havia ainda entre nós as preocupações ambientais hoje tão presentes na consciência dos cidadãos, à excepção dos gananciosos do cimento armado, constituiu desde logo um verdadeiro oásis no contexto dos alojamentos turísticos do Algarve, ganhando enorme projecção internacional pelo facto de nenhuma das habitações ser visível do exterior da mancha de pinheiros. Apenas a cúpula do restaurante se deixava ver sobre as copas das árvores.
Pois é este pequeno (grande) paraíso do nosso concelho que alguns agora, segundo o testemunho de proprietários que não se sentem representados pela respectiva associação, pretendem sacrificar aos lucros que novas construções podem render.
Espero bem que a Câmara mantenha perante esta questão o posicionamento que assumiu desde o início, chumbando duas vezes o projecto da Maxirent, como relata no Àrvores de Portugal o morador Fernando Moura.
NOTA:
Este espaço tem vindo através do tempo a ser propositadamente objecto de uma degradação que justifique a sua transformação em cimento.
A Câmara Municipal de Albufeira, embora sabendo que ele constitui um símbolo da Aldeia das Açoteias e desta zona algarvia, numa manifestação de insensibilidade poderá vir a apoiar a sua destruição em prol da invasão pelo cimento lucrativo.
Estamos contudo confiantes no bom censo do Executivo Municipal para que tal não aconteça, pese embora as pressões do presidente da Associação,a troco vá-se lá a saber de quê!
O património simbólico, ainda que não registado oficialmente como tal, faz parte da memória de uma comunidade que se reconhece nos espaços e nas experiências vividas que constituem a base do enraizamento a um lugar e à formação da sua identidade.
Não podemos pactuar com as cumplicidades que conduzem à sua destruição
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Conheci este aldeamento no fim dos 60's. Talvez o primeiro do Algarve. Competia..em obra turística com o motel da vilamoura, com a torralta, com as Pedras d'elrei. Foi quando arrancámos com a aldeia do mar, out/71. E o loteamento do htl Penina no golfe já em acção.
Foram de facto os primeiros conjuntos que arrancaram o turismo. Claro, não falando do "velho" golfe da Vilamoura, os seus loteamentos, da marina daí a ser escavada então, bom, e os hoteis 5 estrelas de então, mais o Vasco da Gama em Monte Gordo.
Hoje já nem conheço a maioria hoteleira do Algarve..muito se tem feito, mais haverá a fazer.
Neste caso a Aldeia das Açoteias era o resort mais procurado nessa zona. Moderna, verde, aberta, um mimo. Do "problema" na gestão de camas após a Africa portuguesa teve dificuldades em lhe retribuir depois o seu prestígio nas 3 estrela que tinha, então.
De certeza que alguma entidade privada a renovará. Em Espanha todas as "irmãs" continuam ao serviço do turismo...mas isso é noutro País...
NÃO PERMITAM NESTE ESPAÇO A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.
O JOSÉ MORAIS ESTÁ CÁ COM ESSE OBJECTIVO. VAMOS ESTAR ATENTOS
Olá boas noites sou morador aqui na aldeia das Açoteias e encontrei esta foto belissima , tudo isto a proposito do platano ainda em crescimento o qual foi brutalmente podado pois já se encontrava enorme e recentemente estÁ transformado num enorme obelisco de madeira. Gostava de saber a data da foto para poder avaliar a idade da referida arvore obrigado.
A DATA DA FOTO É DE 1975
(ESTE PLÁTANO COMO INCOMODAVA A MATILDE - VICE PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÁO TOCA DE DAR ORDENS PARA ASSASSINAREM A ÁRVORE).
SERÁ QUE OS PROPRIETÁRIOS NA SUA MAIORIA VÃO CONTINUAR A PERMITIR ESTES DESMANDOS ?
MAIS UMA DO JOSÉ MORAIS
No passado dia 4 de Outubro, a Árvores de Portugal foi contactada por um morador da Aldeia das Açoteias, Olhos d’Água, Albufeira, o senhor António Mesquita. O motivo do seu contacto era a sua indignação perante a poda drástica de dois plátanos (Platanus orientalis L. var. acerifolia Aiton) do aldeamento, levada a cabo pelos jardineiros da Associação de Proprietários da Aldeia das Açoteias.
Uma das árvores estava irremediavelmente perdida, dada a rolagem levada a cabo, a qual amputou todos os ramos e boa parte do tronco. Desfigurada, perdeu qualquer semelhança com uma árvore, assemelhando-se mais a um totem grotesco, colocado quase à entrada deste aldeamento histórico para a cidade de Albufeira.
A outra árvore, mais perto da piscina, também sofreu cortes drásticos mas foi salva in extremis pelo Senhor Eng.º Rómulo da Silva, também morador neste espaço, que impediu que a acção fosse consumada. Felizmente, a respectiva formação em Agronomia dá-lhe a autoridade suficiente para que a sua opinião técnica seja levada em conta.
Depois de várias diferenças de opinião entre estes moradores e a Associação de Proprietários, o senhor António Mesquita, para além de colocar informação retirada da internet sobre as podas aconselhadas para esta espécie, contactou vários blogues e entidades relacionadas com as árvores e o ambiente, entre eles A Sombra Verde, da responsabilidade do Pedro Santos. Foi deste modo que ficámos a saber desta triste situação, tendo-me então deslocado ao local.
Impressionante!
Querendo obter diferentes opiniões comecei por falar com membros da Direcção da Associação de Proprietários. Na ausência do senhor Presidente (que ocupa este cargo há apenas alguns meses), falei com a senhora Vice-Presidente que, muito amavelmente, me esclareceu alguns pontos. Assim, confirma-se que a intervenção nas árvores foi ordenada pela direcção da Associação, sendo executada pelos jardineiros desta instituição que, usualmente, fazem a manutenção do espaço.
A justificação avançada foi, para o caso do plátano maior e que foi mais mal tratado, o facto de os seus ramos estarem inclinados por cima de uma vivenda e a ramagem, aparentemente, estar “muito pesada”. Relativamente ao plátano da piscina, o que incomoda são as folhas que ininterruptamente caem na água e entopem os filtros. Aparentemente, está prevista a continuação das intervenções neste último plátano (cuja poda foi oportunamente interrompida) e em outras árvores ao redor. Estão também planeadas algumas intervenções nas ramagens de vários pinheiros.
Dada a receptividade da senhora Vice-Presidente, aproveitei para deixar a sugestão de que, no futuro e para próximas acções deste tipo, recorram à opinião de peritos em arboricultura, em vez de seguir o exemplo que se vê pelas ruas dos municípios portugueses.
Segundo os moradores acima referidos, foram ainda avançadas outras justificações para cortar mais árvores, incluindo um pinheiro, com a justificação de que a caruma entope um algeroz. Segundo a sua opinião, vários moradores se mostraram revoltados com esta acção, facto que confirmei pessoalmente em conversa com algumas pessoas residentes neste que é o mais antigo aldeamento turístico do concelho.
Este é um aldeamento cujos preços superam largamente os praticados no resto do concelho. Uma vez que se trata de construção antiga, resta inferir que este facto se deve às condições privilegiadas de arborização que possui, quer oferecida pelos restos do pinhal original, quer pelas árvores entretanto plantadas ao longo dos anos. Destruindo esta mais-valia, qual é o atractivo especial que restará na famosa Aldeia das Açoteias?
A apreciação que fazemos deste caso é simples: uma vez mais são as árvores as responsáveis por todos os nossos problemas. Assim sendo, devem ser elas e sempre elas a pagar o preço do nosso conforto e comodismo ou da falta de vontade de encontrar soluções (aliás sugeridas por alguns moradores). Afirmamos apenas que nos parece, no mínimo, simplista a solução encontrada.
Coloca-se ainda a seguinte questão: porquê, depois de tantos anos e várias intervenções notórias nestas duas árvores, só agora foi imprescindível uma acção tão drástica e destruidora? Não se deverá esquecer que uma intervenção como esta fragiliza gravemente a estrutura da árvore e dos ramos que vierem a crescer, pondo em risco pessoas e bens. Parece, assim, traçada a triste sina deste majestoso ser vivo que, ainda há pouco tempo, protegia os seus vizinhos do escaldante sol do Algarve. Culpada de os seus ramos crescerem e as suas folhas caírem, foi sumariamente julgada e condenada à aviltação e a uma morte prematura.
Por outro lado, defendemos que, caso se provasse que não havia outra solução viável, seria sempre preferível o corte da árvore, em vez do triste espectáculo de a ver transformada num monstro. Acresce ainda a futura insegurança de quantos estiverem sob os seus futuros frágeis ramos. Reafirmamos, contudo, a nossa convicção de que não deverá ser feita qualquer outra intervenção nestes exemplares, sem a opinião de um técnico credenciado em arboricultura, não nos referindo com isto aos jardineiros e técnicos camarários que espalham esta contra-cultura por todo o país.
Chamamos a atenção para esta situação, da mesma forma como poderíamos fazê-lo para uma miríade de casos semelhantes que grassam pelo país fora, para dar um exemplo daquilo que não deve ser feito e que nos propomos ajudar a evitar no futuro, tentando sempre agir de forma pedagógica e construtiva (sempre que não seja possível uma acção preventiva), e não apenas crítica.
Estamos ainda a aguardar o contacto do senhor Presidente, para que possa esclarecer alguns pontos ou apenas dar a sua opinião sobre este assunto. De qualquer forma, convidamo-lo, como a todas as pessoas, a comentar este artigo e, se for o caso, a acrescentar as informações que achar úteis. Da mesma forma, colocamo-nos à disposição da Associação de Proprietários da Aldeia das Açoteias para aquilo que necessitar, dentro das nossas possibilidades e no que refere às árvores do espaço que está incumbida de gerir.
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